quarta-feira, 27 de julho de 2011

"Segredo" - Poema de Miguel Torga

  
Um ninho é uma estrutura construída pelas aves e alguns outros animais
 para ali porem os ovos e fornecerem proteção aos recém-nascidos.
 
 
 
Segredo


Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...


Miguel Torga
, Diário (1956)
 
 
 
O rouxinol (Luscinia megarhynchos), também conhecido como rouxinol-comum


O rouxinol não sabe
que o seu canto
é verde. 
 


O canto do rouxinol tem sido descrito como um dos sons mais bonitos na natureza, 
inspirando canções, contos de fadas, ópera, livros e uma enorme quantidade de poesia.
 

Rouxinol

 
Designação de aves da família dos Muscicapídeos. O rouxinol-comum (Luscinia megarhychos) é uma ave de cores sóbrias e de comportamento discreto. A plumagem é de cor castanha uniforme e a cauda castanho-avermelhada em todas as penas. Encontra-se em charnecas com vegetação rasteira húmida, bosques e parques. Alimenta-se de insetos, aranhas e algumas sementes. O seu comprimento total varia entre os 16 e 17 centímetros, com um comprimento de asa de 78 a 90 milímetros. O seu peso oscila entre as 20 e 25 gramas.

Na época da reprodução constroem um ninho, a nível do chão ou de uma moita, em forma de taça, espesso, de folhas mortas, forrado com ervas finas e pelos. A postura é de quatro a cinco ovos que são incubados pelos progenitores. Canta durante a época da reprodução, tanto de dia como de noite. O macho é muito brigão e não tolera qualquer invasão do seu território. O canto do rouxinol atinge o ponto culminante em junho quando nascem as crias, que são pintalgadas.(Daqui)


Rouxinol-bravo (daqui)

 
"Um poeta é um rouxinol que se senta na escuridão e canta com doces sons para alegrar a sua própria solidão; os seus ouvintes são como homens encantados com a melodia de um músico invisível, que sentem que estão a ser movidos e suavizados, mas não sabem de onde ou porquê". 
 
 
Percy Bysshe Shelley, in "Uma Defesa da Poesia e Outros Ensaios"
  

Sem comentários: