terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Floriram por engano as rosas bravas" - Poema de Camilo Pessanha


Rosas


Floriram por engano as rosas bravas


Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze — quanta flor! —, do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?


Camilo Pessanha,
(Coimbra, 1867-1926)


Mariza - Rosa Branca 


"Imaginar o homem como um ser pacífico é completamente impossível. O homem é o único animal que tortura os seus semelhantes, razão pela qual não merecemos muito respeito como espécie." - José Saramago, in Agência Efe, Dezembro 2006
 

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