domingo, 11 de dezembro de 2011

"Súplica" - Poema de Miguel Torga


Foto da Praia da Ursa, Portugal


Súplica


Agora que o silêncio é um mar sem ondas, 
E que nele posso navegar sem rumo, 
Não respondas 
Às urgentes perguntas 
Que te fiz. 
Deixa-me ser feliz 
Assim, 
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto. 
Só soubemos sofrer, enquanto 
O nosso amor 
Durou. 
Mas o tempo passou, 
Há calmaria... 
Não perturbes a paz que me foi dada. 
Ouvir de novo a tua voz seria 
Matar a sede com água salgada. 


Miguel Torga



Cat Stevens - Oh Very Young


"Que bom se pudesse ficar no campo, à beira da estrada, encostar as faces na frescura do capim molhado, dormir, esquecer, ser apenas uma pedra no caminho, a folha duma árvore..."

Érico Veríssimo, Olhai os Lírios do Campo

Érico Lopes Veríssimo (Cruz Alta, 17 de dezembro de 1905 — Porto Alegre, 28 de novembro de 1975) foi um dos escritores brasileiros mais populares do século XX.


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