domingo, 7 de julho de 2013

“Cárcere das Almas” - Poema de Cruz e Souza


Konrad Witz, Saint Christopher, c. 1435, at the Kunstmuseum, Basel


Cárcere das Almas


Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, 
soluçando nas trevas, entre as grades 
do calabouço, olhando imensidade, 
mares, estrelas, tardes, natureza 

Tudo se reveste de uma igual grandeza 
quando a alma entre os grilhões as liberdades 
sonha e sonhando, as imortalidades 
rasga no etéreo Espaço da Pureza. 

Ó almas presas, mudas e fechadas 
nas prisões colossais e abandonadas 
da Dor no calabouço atroz, funéreo! 

Nesses silêncios solitário, graves, 
que chaveiro do Céu possui as chaves 
para abrir-vos as portas do Mistério?!


Cruz e Sousa

João da Cruz e Sousa (Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), 24 de novembro de 1861 — Estação do Sítio, 19 de março de 1898) foi um poeta brasileiro. Alcunhado Dante Negro e Cisne Negro. Foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.




"Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta 
quando o Amor toma conta dele." 



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