segunda-feira, 7 de abril de 2014

"Poema da despedida" - Mia Couto


Pedro Batista, Candle light, 2012


Poema da despedida


Não saberei nunca
dizer adeus

Afinal, 
só os mortos sabem morrer

Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser

Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora 
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo






Galeria de Pedro Batista
Pedro Batista


O primeiro contacto de Pedro Batista (n. Lisboa, 1980) com arte foi através de amigos que davam os primeiros passos no graffiti em Portugal, em Carcavelos, onde cresceu, no início dos anos 90. Andou de skate durante esses anos, vivendo uma cultura rica  que foi, sem dúvida, determinante em termos de liberdade para se manter ligado à arte até hoje. Mais tarde, estudou Design de Comunicação na Universidade Lusófona de Lisboa, licenciando-se em 2004. Continuou o seu percurso por Nova Iorque, onde fez um programa de residência em artes plásticas na School of Visual Arts em 2009. Berlim surge a seguir numa incursão de 5 meses em 2010. Já conta com exposições colectivas em Lisboa, Açores, Atenas, Nova York e Berlim. Neste momento, Pedro Batista, vive e trabalha em Lisboa. (www.pedrobatista.com)


Pedro Batista, Sem Título, 2012


Pedro Batista, Sem Título, 2012


Pedro Batista, 38 meters of rope, 2012


Pedro Batista, Sem Título, 2012


Pedro Batista, Preach, 2012


Pedro Batista, Retrato "Artur", 2014


“A arte é algo tão rico e aquilo que a arte dá à sociedade é tanto que se não a acarinharmos é impossível ter uma sociedade livre, uma sociedade onde é possível ter e praticar a vontade de estar no sítio certo”

Pedro Batista


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