quinta-feira, 31 de julho de 2014

"Intangível" - Poema de Charles Baudelaire


Joaquín Sorolla y Bastida, Cafe in Paris,1885


Intangível


Quero-te como quero à abóbada noturna, 
Ó vazo de tristeza, ó grande taciturna! 
E tanto mais te quero, ó minha bem amada, 
Por te ver a fugir, mostrado-te empenhada 
Em fazer aumentar, irónica, a distância 

Que me separa a mim da celestial estância. 
Bem a quero atingir, a abóbada estrelada, 
Mas, se julgo alcançar, vejo-a mais afastada! 
Pois se eu adoro até - ferro monstro, acredita! - 
O teu frio desdém, que te faz mais bonita! 


Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães 


Galeria de Joaquín Sorolla y Bastida
Joaquín Sorolla y Bastida, The Happy Day, 1892


Joaquín Sorolla y Bastida, The First Child, 1890


Joaquín Sorolla y Bastida, Kissing the Relic


Joaquín Sorolla y Bastida, The Suckling Child, 1894


Joaquín Sorolla y Bastida, Blessing the Boat,1895


Joaquín Sorolla y Bastida, Entrance to Central Park


"A mais nobre paixão humana é aquela que ama a imagem da beleza em vez da realidade material. O maior prazer está na contemplação." 



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